DIFERENTE
Fantasma da noite... ver aqui
Estou enterrado a sete palmos da terra
Nesta terra fria onde acaba a guerra
Um cemitério uma campa genial
Este é o meu túmulo igual ao de um animal!
Uma multidão movente, por aqui passou e não ligou
E aí meu fantasma, da campa se levantou!
Saiu para o mundo frio, rebentando o caixão,
Ocupando o meu vazio divaguei na escuridão....
Quero partir! Levai-me ao meu cemitério...
Não estou a fugir! Mas isto aqui é um adultério...
Tirem-me daqui...
Quero o meu caixão...
Quero a terra fria...
Quero a minha salvação!
Eu sou um fantasma da noite!
Quero voltar para o meu lugar...
Para o cemitério frio... aqui não dá pra ficar!
ASS: VS Diferente
Marli Reis
"Sol em dia de alegria" - Praia do Futuro/Fortaleza/Ce
Foto: Marli Reis
Descalço... ver aqui----------
Que vagas!
Que sombras!
Que luas!
Os círculos,
os símbolos,
os cenários!
Futuro distante
em tempo e espaço
figuras errantes
sem pernas,
sem braços.
Estrelas vagueiam,
cruzam caminhos
por onde o humano
disputa idéias,
convence a si
que o tempo é aqui
e agora.
Não contente das relações
similares,
a nave partiu.
***
O Profeta
Um Pássaro na manhâ... ver aqui
São de fogo frio as manhãs
Transportam as cores do dia
Flutua em sereno tapete de orvalho
O canto de pássaro em harmonia
Onde moram as nuvens?
Os Deuses renovaram no celeste o azul
Um anjo plana com sorriso feliz
Solta um suspiro e voa para sul
No sul o mar afaga o basalto
Como amante em perfeita gentileza
No sul as casas têm as paredes da cor da cal
No sul as hortênsias espalham a beleza
No sul mora a saudade
No peito de mulher sem nome nem guarida
Que percorre a beira-mar entoando
Um chamamento de nostalgia
Porque o amor não se detém
Às vezes enlouquece a loucura
Tempestade ou bonança
Planta sedenta da ternura
Ó amante do desamor
Este teu chamamento
Não passa da distância do olhar
Percorre todo o sentimento
Mergulhas as mãos no sal
Teus passos não deixam marcas
Esta areia esconde um castelo desfeito
O teu sonho é navio onde embarcas
Para ontem!
Na viagem da lembrança
No desencontro do querer
És veleiro preso à bonança
Preso à sombra da noite
Desfeito foi o sorriso desta Lua
A felicidade é vestido rasgado
És mulher sentida de alma nua
Mas a noite é vertigem
Perdido anseio em palavra vã
Um luminoso brilho em teus olhos
Faz de ti…Pássaro na manhã…
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