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O Profeta




Um Pássaro na manhâ... ver aqui

São de fogo frio as manhãs
Transportam as cores do dia
Flutua em sereno tapete de orvalho
O canto de pássaro em harmonia

Onde moram as nuvens?
Os Deuses renovaram no celeste o azul
Um anjo plana com sorriso feliz
Solta um suspiro e voa para sul

No sul o mar afaga o basalto
Como amante em perfeita gentileza
No sul as casas têm as paredes da cor da cal
No sul as hortênsias espalham a beleza

No sul mora a saudade
No peito de mulher sem nome nem guarida
Que percorre a beira-mar entoando
Um chamamento de nostalgia

Porque o amor não se detém
Às vezes enlouquece a loucura
Tempestade ou bonança
Planta sedenta da ternura

Ó amante do desamor
Este teu chamamento
Não passa da distância do olhar
Percorre todo o sentimento

Mergulhas as mãos no sal
Teus passos não deixam marcas
Esta areia esconde um castelo desfeito
O teu sonho é navio onde embarcas

Para ontem!
Na viagem da lembrança
No desencontro do querer
És veleiro preso à bonança

Preso à sombra da noite
Desfeito foi o sorriso desta Lua
A felicidade é vestido rasgado
És mulher sentida de alma nua

Mas a noite é vertigem
Perdido anseio em palavra vã
Um luminoso brilho em teus olhos
Faz de ti…Pássaro na manhã…

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