Estes autores merecem ser lidos...

Doroni Hilgenberg




Liberdade...liberdade... o prazer de ir e vir.
e voltar, quando a saudade, já não deixa mais sorrir!

Ninguém é de ninguém... ver aqui
Eu caminho pelas ruas e sem destino
Vejo teu rosto refletido nas vidraças
Nas calçadas, meus pés andam sozinhos
E me perco nas esquinas - solitária!

Uma chuva vem caindo e de mansinho
Se mistura à minha lágrima silenciosa
Meu coração tão sensível, não te esquece
E não encontro lenitivo pra saudade...

Mas compreendo que o amor não é eterno
Nem é eterna esta vida que nos prende
A este corpo que se faz só mensageiro...

E se o tempo passa, o mesmo nos protege
Contra a tristeza que se faz pelos caminhos
Porque na verdade, ninguém é de ninguém!


Doroni Hilgenberg 23-06-09


sobre a obra


Um poema sobre a vida passageira e um amor desencontrado

Lispector e Eu - Parte I



Cibele Camargo... ver aqui
Eramos como emanações uma da outra
e aprendi os versos que me foram ditados.
O mistério de um não encontro !
Poderia, eu, criar como se fosse ela,
bebendo do seu próprio veneno ?
Já estava cansada e suja, mas Clarice pairava ...
generosa e pura
- Só quero que se desvie um pouco, disse ela ...
quantos poemas pretende escrever ?
Então ficou claro para mim :
uma outra mulher ocuparia o meu lugar .
Naquele dia, sequer apareceu nem ao menos deixou rascunhos pra que eu pudesse tentar.
erá que seu reaparecimento poderia acontecer ?
Ainda posso ouvi-la sussurrando por alguém ...
alguém, que misteriosamente decidiu voar !


(CIBELE CAMARGO)

DIÁLOGOS DE LOS VIENTOS Y EL MAR ENCADENADOS



Mónica López Bordón... ver aqui

Dedicado a Noemí Trujillo,
Micaela Serrano,
Nuria Parra Cátedra y
José Luis Bravo



Hay días en los que no puedo nada
ni siquiera despertar las violetas de mi alma.
Converso con los vientos
y me parece injusto
pedir algo para mí
cuando hay tantos millones
que mueren de ellos.
Hay días y días.
Otros me pongo frente al mar
y cuando rompe una ola
siento la luz
como caballo desbocado
herido de galope
en mi pecho
presa de libertad
y la muerte marcando el paso.
Vientos y mar
limpian lágrimas de mis mejillas
roban un clavel de la corona de muertos
que envió algún amigo despistado
a la tumba de una tristeza pasajera
y me lo colocan en la solapa de los labios.

Me echo andar por la calle
sin mirar atrás.
El viento me lleva
y el mar me atrapa.
Encadenados forjamos
un ramo de rosas blancas,
cada pétalo es un amor
que conquista el mundo
cada espina
la desaparición del presentimiento.
En el diálogo
les digo que trabajamos para la libertad
para darle al pueblo lo que es del pueblo:
la palabra, la vida, la voz.
La garganta de los vientos
y la lengua del mar
exploran paisajes desconocidos
y yo
me abandono al poema,
me dejo escribir
y la pluma atrapa el vuelo verde
de la luna
costado en equilibrio.

Desnudos y fortalecidos
crecemos al amparo de semillas
que nos precedieron
de padres fuertes
que amaron la vida como la propia sangre
haciendo de la pasión
un verso
y de la Poesía
el futuro.


Mónica López Bordón
Del libro “Árbol de sol”


*Cuadro: "Musa VI". Nuria Parra Cátedra
http://catedrart.blogspot.com/

David Damasso



David Damasso... ver aqui

Mesmo que a vontade não seja muita , devemos parar, escutar e olhar: analisar as nossas conquistas e os resultados dos esforços dum passado mais recente ou já perdido no tempo.

Nem sempre é fácil dar-nos á descontracção e oferecermos a nós próprios momentos de lazer.

Mas temos de o fazer.

Basicamente há duas formas de alcançar-mos os nossos objectivos; uma é tentar provar a todo o custo, aos outro e nós mesmos de que somos capazes do derradeiro objectivo.

Mas há outra forma , bem mais inteligente e compensadora. É a forma em que procuramos , em tudo o que fazemos , o fio da meada.
Aquele novelo que ao ser desenrolado nos vai revelando a nós próprios a forma de nos descobrirmos e melhorarmos todo o nosso potencial humano.

É essencial descobrir esta "razão" dos obstáculos tantas vezes levados ao limite , terminando para muitos num suicídio Social ou Físico.
Tenho a certeza que é esta revelação , que ocorre algures no tempo escasso das nossas vidas, que nos conduz a escolhas mais acertadas. Depois de entendido o "mecanismo" só nos compete ser fieis ao nosso projecto de vida.

No entanto ,não esqueçamos que para muitos, o seu projecto de vida é viver com uma total ausência de projecto. A Hora depois da hora , o Dia depois do dia.



David Damasso

Manual do Inseguro.com


Manual do Inseguro.com... ver aqui

Eneida


ENEIDA... ver aqui

DIFERENTE


Fantasma da noite... ver aqui


Estou enterrado a sete palmos da terra
Nesta terra fria onde acaba a guerra
Um cemitério uma campa genial
Este é o meu túmulo igual ao de um animal!

Uma multidão movente, por aqui passou e não ligou
E aí meu fantasma, da campa se levantou!
Saiu para o mundo frio, rebentando o caixão,
Ocupando o meu vazio divaguei na escuridão....

Quero partir! Levai-me ao meu cemitério...
Não estou a fugir! Mas isto aqui é um adultério...
Tirem-me daqui...
Quero o meu caixão...
Quero a terra fria...
Quero a minha salvação!

Eu sou um fantasma da noite!
Quero voltar para o meu lugar...
Para o cemitério frio... aqui não dá pra ficar!

ASS: VS Diferente

Efigênia Coutinho


Efigênia Coutinho... ver aqui

Marli Reis


"Sol em dia de alegria" - Praia do Futuro/Fortaleza/Ce
Foto: Marli Reis


Descalço... ver aqui----------

Que vagas!

Que sombras!

Que luas!

Os círculos,

os símbolos,

os cenários!

Futuro distante

em tempo e espaço

figuras errantes


sem pernas,

sem braços.

Estrelas vagueiam,

cruzam caminhos

por onde o humano

disputa idéias,

convence a si

que o tempo é aqui

e agora.

Não contente das relações

similares,

a nave partiu.


***

Rebeca e Jota Cê


Rebeca e Jota Cê... Ver aqui

O Profeta




Um Pássaro na manhâ... ver aqui

São de fogo frio as manhãs
Transportam as cores do dia
Flutua em sereno tapete de orvalho
O canto de pássaro em harmonia

Onde moram as nuvens?
Os Deuses renovaram no celeste o azul
Um anjo plana com sorriso feliz
Solta um suspiro e voa para sul

No sul o mar afaga o basalto
Como amante em perfeita gentileza
No sul as casas têm as paredes da cor da cal
No sul as hortênsias espalham a beleza

No sul mora a saudade
No peito de mulher sem nome nem guarida
Que percorre a beira-mar entoando
Um chamamento de nostalgia

Porque o amor não se detém
Às vezes enlouquece a loucura
Tempestade ou bonança
Planta sedenta da ternura

Ó amante do desamor
Este teu chamamento
Não passa da distância do olhar
Percorre todo o sentimento

Mergulhas as mãos no sal
Teus passos não deixam marcas
Esta areia esconde um castelo desfeito
O teu sonho é navio onde embarcas

Para ontem!
Na viagem da lembrança
No desencontro do querer
És veleiro preso à bonança

Preso à sombra da noite
Desfeito foi o sorriso desta Lua
A felicidade é vestido rasgado
És mulher sentida de alma nua

Mas a noite é vertigem
Perdido anseio em palavra vã
Um luminoso brilho em teus olhos
Faz de ti…Pássaro na manhã…

Rosana Mauro

Rosana Mauro... ver aqui

Hoje, quando acordei, não me lembrei sobre o que sonhei. Fiquei irritada. Os sonhos, para mim, têm o poder de melhorar ou pior o dia. Eles realizam fantasias, extravasam sentimentos, colorem o sono. Prestar atenção neles é uma tarefa de autoconhecimento. Conteúdos inconscientes, amordaçados em porões sombrios, escapam na mente adormecida.


Segundo o conceito de Freud, o inconsciente, lado obscuro e desconhecido do ser humano, é um abrigo de materiais reprimidos e banidos da consciência.


Eu, particularmente, prefiro a teoria de Jung (ex-discípulo de Freud), de acordo com a qual, além da parte pessoal, a inconsciência é habitada por substâncias nunca conhecidas, pertencentes a toda humanidade, desde os primórdios. Quando, sem a luz da sabedoria, a vida era povoada por crenças e figuras míticas, reflexos da psique humana.



Seguindo essa linha de pensamento, não só em sonhos o inconsciente é revelado. As visões, origens das mais diversas lendas, também são frutos dessa obscuridade.


Curiosa sobre a causa das aparições fantásticas, li, há um tempo, uma obra do antropólogo Câmara Cascudo sobre mitos brasileiros e as influências de povos indígenas, africanos e europeus sobre eles. As explicações são interessantes e sem conclusões absolutas como todas as outras sobre o mesmo tema. Acredito que o fascínio reside justamente neste ponto.
Por mais racional que às vezes eu queira me julgar, creio que numa floresta escura sou capaz de ver o saci ou o curupira (quem sabe?). Personagens que para Jung seriam arquétipos do nosso inconsciente coletivo. Fico encantada por esse mundo, mas não quero me alongar em teorias. Prefiro sonhar, entrar em contato com o meu universo mágico.

Ricardo Leitner


Tertúlias... ver aqui

Arthur Schopenhauer




Muita gente seria capaz de matar o homem só para colher a banha para lustrar as suas botas.

Pablo Felipe Pérez Goyry




Pablo Felipe Pérez Goyry. Premio de Periodismo José María Heredia 2008... ver aqui
Acerca de mim
Nació en La Habana, Cuba. Es su razón de ser: Hacer Periodismo Independiente Alternativo con Autonomía de Pensamiento, Palabra y Opinión; para Promover los Objetivos del Milenio, la Libertad, Paz y Democracia con una Cultura de Paz y un Nuevo Contrato Social, Cultural, Ético, Medio Ambiental. Miembro Activo del Instituto Nacional de Periodismo Latinoamericano y Federación Internacional de Periodistas Digitales. Desde 1997 reside en la ciudad de Medellín, Colombia. Adelantó estudios de Postgrados en: Gerencia Periodística; Técnicas Periodísticas; Género de Opinión; Reportaje; Redacción General; Comunicación Publicitaria, Propaganda, y Promocional; Semiología del Entorno Urbano; Fotografía de Prensa y Artística; Dirección de Televisión y Cine. En Colombia, estudios de Filosofía Oriental y Occidental; Formulación de Proyectos; Cooperativismo; y Planificación Estratégico Política. Ha publicado trabajos periodísticos en: El Mundo de Medellín, La Primavera de Cuba, Tiempos de Reflexión, Misceláneas de Cuba, Publiensayos, Gente, Interforum New Letter, Gente, El Semanal, Cuba Democracia y Vida. Correo: pablofeliperezgoyry@yahoo.es

William Somerset Maugham



O dinheiro é como um sexto sentido, sem este não podemos utilizar completamente os outros cinco.

Marina Pastor Diez


¿QUIEN ERA AQUEL SEÑOR?... ver aqui

“¿Quién era aquel señor?”
Soñador, romántico y poeta,
De Gales pantalón de Otomán la chaqueta,
Con flor en ojal, gardenia o violeta.
De reptil cinturón, la corbata discreta,
Camisa de color de Italiana etiqueta,
Zapato de charol y calcetín de seda.
Un dandy, si señor, un místico poeta.

Así era aquel señor de mirada discreta,
De sombrero, reloj, billetero y tarjeta.
Pero entre el din y el don
Y su apariencia inquieta.
Había el seductor de las rimas más bellas.
En sonetos de amor o letrillas de Iglesia,
En cantares al sol, al mar, a la pradera,
Al cielo seductor salpicado de estrellas.

Él era trovador, ingeniero de letras,
Sibarita, doctor de enciclopedias
Y pintor de poemas, alma de ruiseñor,
Así fue aquel señor sin rostro ni silueta,
Don de la imaginación,
Una cuartilla neta guardada en un cajón
De mi mesa y carpeta, así formé al señor.
Educado, elegante sibarita constante del saber
Y enseñar.

Con mi pluma a la par digo adiós a su historia
Y quede en mi memoria lo que escribí al azar.

Autora: Marina Pastor Diez

Henry Ford



O idealista é a pessoa que ajuda os outros a prosperar.

Elaine Siderlí.

Somos Como a Água... ver aqui

Somos como a água,
que precisa de vários estágios
para se apresentar(aprender).

No físico somos densidade do gelo,
que pode ser esculpido, moldado,
deixado ao relento,
protegido com refrigeração
(e o que refrigera a alma?).

No astral somos a fluidez
da água liquida,
que viaja por onde deseja, por vezes
se mistura a terra formando lama, em outras
é fonte de vida e de partida.

Em essência somos sutil como vapor d'água,
que passa pelo estágio,
aquecimento(sofrimento)
com a certeza que sua expansão, resultará
em retorno para casa.

Somos como a Água.

Elaine Siderlí.

João Bárbara

João Bárbara... ver aqui

Anedota - Miudo inteligente
A professora estava com dificuldades com um dos alunos.
- Lucas, qual é o problema?
- Sou demasiado inteligente para estar no primeiro ano. A minha irmã está no terceiro ano e eu sou muito mais inteligente do que ela, quero ir para o terceiro ano também!
A professora vê que não vai conseguir resolver o problema e manda-o para o conselho directivo. Enquanto Lucas está na sala de espera, a professora explica a situação ao Director e este decide fazer um teste ao miúdo.
A professora então chama o Lucas e explica-lhe que lhe vão fazer um teste e caso ele responda correctamente a todas as perguntas passará automaticamente para o terceiro ano.
O Director começa:
- Lucas, quantos são 3 vezes 3?
- 9.
- E quantos são 6 vezes 6?
- 36.
E o director continua com as perguntas a que um aluno do terceiro ano deve saber responder e Lucas não erra nada. O director diz para a professora:
- Acho que vamos mesmo ter que passar o Lucas para o terceiro ano.
- Posso fazer algumas perguntas também, Sr. Director? Pergunta a professora.
O director concorda e a professora começa:
- A vaca tem quatro e eu só tenho duas o que é?
Lucas pensa um instante e responde:
- Pernas.
Ela faz-lhe outra pergunta:
- O que é que tu tens nas tuas calças que eu não tenho nas minhas?
O director arregala os olhos, mas não tem tempo de interromper...
- Bolsos. Responde Lucas.
- O que é que entra na frente da mulher e que só pode entrar atrás no homem?
Estupefacto com as questões, o director prende a respiração...
- A letra "M". Responde o miúdo.
A professora continua o questionário:
- Onde é que a mulher tem o cabelo mais encaracolado?
- Em África.
- O que é que é mole, mas na mão das mulheres fica duro?
- O Verniz.
- O que é que as mulheres têm no meio das pernas?
- Os joelhos.
- O que é que a mulher casada tem mais larga que a solteira?
- A cama.
- Qual o monossílabo técnico que começa com a letra C e termina com a Letra U e ora está sujo ora está limpo?
- O céu.
- O que é que começa com C tem duas letras, um buraco no meio e eu já dei a várias pessoas?
- CD.
Não se contendo mais, o director interrompe, respira aliviado e diz à professora:
- Ponha o Lucas no quarto ano. Até agora EU errei todas!

Padre Euvidio



NUNCA CHEGUE ATRASADO... ver aqui

O Padre Euvidio no jantar de despedida pelos 25 anos de trabalho ininterrupto à frente de uma paróquia discursa:
- A primeira impressão que tive da paróquia, foi com a primeira confissão que ouvi. A pessoa confessou ter roubado um aparelho de TV, dinheiro dos seus pais, a empresa onde trabalhava, além de ter aventuras amorosas com a esposa do chefe. Também se dedicava ao tráfico de drogas e havia transmitido uma doença venérea à própria irmã. Fiquei assustadíssimo. Com o passar do tempo, entretanto, conheci uma paróquia cheia de gente responsável, com valores, comprometida com sua fé, e desta maneira tenho vivido os 25 anos mais maravilhosos do meu sacerdócio.
Chega o presidente da república para entregar o presente da comunidade, prestando a homenagem ao padre. Ele pede desculpas pelo atraso e começa o discurso:
- Nunca me esquecerei do dia em que o padre Euvidio dos Santos chegou à nossa paróquia. Como poderia? Tive a honra de ser o primeiro a me confessar.
Silêncio total... Depois dessa falar o que! Não me pergunte qual presidente que foi, é uma incógnita. Cada um acha o que é de acordo com seu agrado.

Winston Churchill



Na Inglaterra, tudo é permitido, salvo o que é interdito. Na Alemanha, tudo é interdito, salvo o que é permitido. Na França, tudo é permitido, mesmo o que é interdito. Na U.R.S.S., tudo é interdito, mesmo o que é permitido.

Eulalia Marina

Eulalia Marina... ver aqui


Oscar Wilde

Etre entièrement libre et en même temps dominé par la loi, c'est l'éternel paradoxe de la vie humaine.

Oscar Wilde

Ser inteiramente livre e ao mesmo tempo dominado pela lei, é o eterno paradoxo da vida humana.

Gisa Borges

Gisa Borges... ver aqui


Rogério Martins Simões

Rogério Martins Simões... ver aqui

Fanny


Fanny... ver aqui

Claudia Balsabino

Claudia Balsabino... ver aqui

Glória Müller

Gloria Mûller... ver aqui

Ricardo Calmon

Ricardo Calmon... ver aqui

Luiz Rogério de Carvalho

"A Velha do Saco" ver aqui

A condição de vida miserável, nas mais diversas circunstâncias, pode fazer do ser humano um elemento que passa a ser visto por todos, não como estorvo, mas diferente, e até mesmo como motivo de diversão, para uns poucos.

Assim foi que, em Blumenau, durante muitos anos tornou-se conhecida de todos a “Velha do Saco”. Sempre carregando um saco de estopa, cheio não se sabe de quê, pela mão uma linda menina, loirinha, que lhe fizera algum desalmado e irresponsável, ela perambulava pelas ruas da cidade e, sem incomodar, abordava todas as pessoas, pedindo algum dinheiro. De origem alemã, mal falando português, pedia num linguajar enrolado, que saía algo assim como “smol?”.

Como em torno dessas pessoas sempre circulam histórias diferentes, uns diziam que ela e filha dormiam debaixo de uma ponte, enquanto outros afirmavam que ao longo dos anos, com o produto de tantas esmolas, tinha adquirido uma bela casa, onde morava confortavelmente.

Também esta era mais uma fantasia, inventada para tornar ainda mais diferente a triste figura da pobre “Velha do Saco”, pois, na realidade, ela e filha moravam num mísero casebre, em um bairro distante do centro da cidade, para onde rumavam todos os dias, ela sempre carregando às costas seu pesado fardo.

Tantos foram os anos em que se viu aquela pobre figura, com seu pesado saco, perambulando pelas ruas da cidade, antes sozinha, depois acompanhada da pequena filha, que alguém tomou a iniciativa de lhe retirar a menina, e procurar, para ela, um lugar num asilo, para abrigá-la em sua velhice, que precocemente já havia chegado.

Depois de uma longa espera por uma vaga, a “Velha do Saco”, com o enxoval que lhe foi doado por membros da comunidade, foi conduzida para o “Asilo São Simeão” para, na companhia de outros velhinhos, com um pouco mais de conforto terminar seus dias.

Pouco mais de um ano foi o tempo que ela ficou no asilo, pois, pelas ruas da cidade logo foi notada a sua presença e, novamente, voltava a abordar as pessoas, sempre com seu lacônico pedido: “smol?”.

Marina Pastor Diez

SANTA CRISTINA DE LENA (ASTURIAS) Ver aqui...

“ASTURIAS, TU TIERRA”
Es domingo.es domingo y el sol brilla,
Mi ventana está inundada de fulgor,
El corredor resplandece, la reguera…
Transparenta y los chorros de sus aguas…
Son estrofas al amor.

Los prados de varios verdes con flores multicolor…
Son alfombras, son cortinas, son encajes de la Virgen
Son el perfume de Asturias y el eco de una canción.
Un camino a la derecha y en el fondo un gran cañón,
Unas vallas lo dividen y un letrero de… “peligro”
Invita a verlo mejor.

El camino engalanado, con zarzas a cada lado
Como barrera y dolor y, entre espinos y flotando,
Con las zarzas combinando, las rosas abren su flor.
Entre el verde de los prados, campanillas de morados
Y amapolas de rubí alternan con margaritas,
Las guías de amor benditas que indican el no o el sí.
Una manta de helecho, una higuera como techo
Y diez cerezos en flor.

Una cuadra abandonada, una lechera olvidada,
Una madreña rajada y el zurrón de un cazador.
Todo desde mi ventana.
Ese río, su rumor, ese prado de esperanza,
Ese perfume, esa danza de pajarillos de amor;
Ese sol comprometido a calentar ese nido
Y hacer de capullo flor.

Cuatro gotas por la tarde, el arco iris se abre…
Y de nuevo todo amor.
Unas señoras lavando, a flor de aquel riachuelo,
Las rodillas en el suelo y felizmente cantando,
Unos terneros pastando en este prado verdoso.
Emilio, lo más hermoso!¡ tu tierra es un paraíso !
Por la ventana diviso una ermita en un bancal
Protegida de un rosal que da vuelta al edificio.
La ermita fue al sacrificio que la historia guarda ya
Santa Cristina de Lena.

Qué más te puedo contar si esta tierra con el cielo
La separa sólo un velo y en él puedes penetrar.
Desde el Puerto de Pajares ya empieza a verse precioso
Un paisaje venturoso que acaba al confín de Llanes.
En fin que todo es hermoso, es una tierra radiante
La comparo a un diamante y es tan bella como el mar.

Autora: Marina Pastor Diez
.Esta carta poética se la escribí a Emilio…
La primera vez que visité su tierra…( Asturias)

Sara L. Miranda

"Diz! Eu acredito" Ver aqui...

Fala-me das tuas guerras.
Esquece por um momento os deveres que te impoem.
E fala-me sem medo, de quem te agride tantas vezes.
Fala-me dos teus receios.
Fala comigo, liberta esse tumor.
Eu estou aqui. Toma as minhas mãos.
Acredito em ti!
Fala-me do teu coração que se esconde nessas guerras vivas de todos os dias.

Encolhes-te, enrolas-te onde a luz te não descobre.
Esboças esses gestos de temor.
Mas o teu maior medo é trazer à luz a verdade.
E mesmo assim ainda encaras com esse olhar humilde e submisso quem te maltrata.

Fala-me dos teus dias de chuva.
Há quanto tempo para ti o sol não brilha?
Conta-me de que são feitos os teus dias.
Que milagre seria preciso para que o medo e a tristeza, que como um manto cobrem os teus olhos, se transformassem num sorriso?
Fala-me dos muitos gritos que te sufocam, assombram o teu corpo, o magoam.
Fala comigo devagarinho. Passo a passo. Uma coisa de cada vez.
Fala-me ainda...mesmo que penses que tudo já foi dito.
Liberta o teu sofrimento.
Partilharei contigo a dor que te consome.
Fala comigo, fala comigo!
Até que, o que agora é mágoa se transforme num vazio.
Pois, pouco a pouco, vamos tentar que no seu lugar morem coisas lindas: sorrisos, alegria, música. E porque não...amor?!

Na penumbra do quarto, de mãos trémulas, fazes a cama onde, em vez do sono tranquilo...apenas encontras o desassossego.
Não te podes fechar no esquecimento.
A solidão não é boa companheira.
Não podes abandonar a tua vida.
Mas podes sempre mudar o seu rumo.
Nunca mais voltes a suplicar.
Transforma a tua guerra na busca pela felicidade e alegria que mereces.

De todas as lutas, a única que vale sempre a pena, é a que fazemos todos os dias pela nossa felicidade e pelo nosso lugar no Mundo.
Depois, partilhamos as nossas vitórias.
É essa a nossa Vitória.

Doroni

MEMÓRIAS... ver aqui

Quantas saudades da minha casinha antiga
naquela ruazinha escura, mais antiga ainda,
onde as lamparinas tremeluziam em cada esquina
e os arvoredos assombravam com o clarão da lua.


E me parecia então, que todos os fantasmas
se encontravam ali, num cantinho escuro,
atrás da sebe, atrás da cerca, atrás da casa,
esperando um momento para se manifestar.


Mas eu não tinha medo senhores
daqueles seres que nada de mal faziam,
a não ser assustar os viajantes retardatários
que se atreviam a passar por aquela ruazinha.


Mas às vezes, quando eu me retardava
na casa de algum vizinho mais adiante,
e voltava assustada para casa...
Além dos meus passos apressados, saltitantes,
e do meu coração que batia feito louco,
eu sentia que todos os fantasmas me espreitavam.


E quando chegava em frente ao meu portão
este ia se abrindo vagarosamente,
sem que ao menos nele eu tocasse.
E ao erguer os olhos para a minha porta,
esta também ia se abrindo lentamente,
como que tocada por mãos imaginárias.


Depois, segura no aconchego do meu quarto
eu dizia para mim e meus botões:
"--Fui eu mesma quem abriu a minha porta,
--Fui eu mesma quem abriu o meu portão!"

Elaine Siderli


Sonia Regina

- sonia regina... ver aqui

toda a saliva foi gasta para chamar o cão.
sem mais martírio o movimento se deu
no volume do tempo

a ousadia espalhou a poeira, descobriu
onde estavam armazenados os sorrisos,
uivos não aprisionados deslocaram a quietude

as fragilidades não fracassaram, criaram
desfechos nas noites agrestes
e eu já não tusso

com um hálito além do lamento, te amo
como uma folha seca que se deixa tocar
pelo fogo com um desejo que perdura

é extraordinário pisar sonhos
torná-los chão
não excluir o mundo

em um caminho doce que se agiganta
sem pretensão de grandeza nos acenos.


sonia regina

Fernando Sabido Sánchez
















Pintura de DANIEL ÁNGEL PAZ RIOS de Venezuela

DIME... ver aqui

He regresado a nuestra ciudad desierta
a las calles despobladas
en las que sólo sobreviven
el silencio y los insectos
dime
para qué gritar si no puedes ya oírme

Recuerdo aquellos tiempos
la gente en sus asuntos
malgastando las horas
y fingiendo que viven
dime
para qué llorar si todo es inútil

Ésta noche te imagino
reflejada en la luna de entonces
herida de sueños
dime
para qué sufrir si no puedo tenerte

Sólo queda un suburbio de sal
con viviendas teñidas de nácar
por las olas de un mar que no existe
dime
si ya no me amas
para qué sigue en alerta la muerte

Fernando Sabido Sánchez

Ese tabaco visitando tu boca - Felipe Sérvulo

Felipe Sérvulo... ver aqui












DE NUEVO este desconsuelo
y esa urgencia por tenerte.

De nuevo ese tabaco visitando tu boca
y dos gotitas de tu perfume favorito.

De nuevo ese lamento inútil
y ese umbral que ya no paso.

Dime cuando me mandarás
el inventario de tantos silencios.

Cuando me mandarás la naftalina,
el encaje del tomillo
y el cofre pequeño
donde hemos guardado
tantas palabras.

Delfim Peixoto

Quero não ser tempo... ver aqui

Eu quero ser cego, surdo, mudo,
Racional, temporal, insensível,
Não quero ter tacto, mãos, tudo,
Não quero ser tradutível

Quero ser vento, transparente,
Água, pensamento, incolor
Quero ser gelo, frio, corrente,
Quero ser águia, falcão, condor

Não quero sentir o cheiro
Quero ser castrado na emoção
Não quero ser guerreiro,
Nem ter uma nação

Quero ser somente pó
Não quero ter nas veias o sangue
Nem no coração o fogo que ateias

Quero somente o tempo
E matá-lo lentamente
Para que sinta docemente
O valor da pausa, de um contratempo
E renasça devagar, sem correr,
E me deixe sem ele viver

Delfim Peixoto

Sergio Gonçalves dos Santos

o fogo sagrado ( ver aqui...)

beija-flor possue o sagrado
do fogo apagando tua frieza,
ó vida insana, amor cansado
quanta ternura, não esqueça

que tu me torturas queimado
pelas chamas do amor, teima
o abismo em me sugar, pasmo
me afogo ao beber a clareira

das tuas chamas, meu vício
de sempre em ti me entregar
brazas de princesa, precipício

que vivo sempre a me atirar
sem salvacão, ó meu martírio,
que delírio é poder te amar !

Sergio, beija-flor-poeta

Gurupi - Tocantins












Tens o andar faceiro da ema...
O esplendor da cauda do pavão...
A beleza do canto do cancão...
A amizade ta no teu lema...

Ruas com odor de alfazema...
Olor da mais pura afeição...
As tuas mulheres têm no coração...
A branquidão da flor açucena...

Do calor ardente da morena...
A escolhida na tua multidão...
Mesclada como flor de verbena...

A tua fé exala a oração...
Mostrada no poder da novena...
És tu Gurupi, a minha paixão.

Arimatéia Macêdo – www.arimateia.com

(citações) Voltaire e William Somerset Maugham

O mérito da poesia,
é que ela diz mais do que a prosa,
com menos palavras.

Voltaire

Coloco-me no primeiro lugar dos escritores de segunda classe.

William Somerset Maugham

O Azul Celestino das Pombas

O cheiro doce
da terra já lavrada
atrai os pássaros
em cada madrugada...

A terra vermelha
foi molhada.
Não há nada a perceber
depois das chuvas...

Só mais tarde
a seara
ondulará ao sol
e haverá mel nas uvas...

Agora,
é o triângulo
que une os braços
da charrua ao solo
que semeia as virtudes.
O querer, o saber e o poder
num olho garço imenso
que ilumina
os desígnios das alfaias.

No fogo já extinto
das tardes calmas,
os frutos maduros
serão por fim
oferecidos
às pombas
e desse azulecer
se fará o pão
das nossas almas!

José Dias Egipto

SAGA PARA ODE

é preciso a distância para chegar
onde o poema parte e se reparte no léxico verde do teu corpo
com cinzas nocturnas e a madrugada nas mãos

é preciso o lugar ainda que doa
a emoção azul de sangrar por dentro
com o pensamento na galáxia terna do olhar

é preciso tudo como haver morte e flores
na raiz ao vento dos braços inteiros que se deram
por um nome uma ideia rubra nos lábios da liberdade

é preciso ver musgo e alegria até as ilhargas
da tua imagem garça a deslizar
e sorver água na exuberância lustral dos teus seios

é preciso a insurrecta solidão dalguns dias
quando os arquipélagos de ser dizem barco
e os teus passos espreitam
e tímidos percorrem o horizonte coral do silêncio

é preciso inventar-te porque existes
enquanto os deuses adormecem nas páginas dos livros
e o real é a infinita medida do canto
como acender as luzes ao meio-dia
e no mais sol das pétalas abertas
verter a seiva a singrar na terra

é preciso, meu amor, percorrer o tempo que nos deram
suspensos onde estamos nas pálpebras do verão

Luís Carlos Patraquim

do livro(Monção, p. 55-56)

PATRAQUIM, Luís Carlos. Monção. Edições 70. Lisboa, 1980.

FORMAS

Há sempre uma madrugada
em que os candelabros de ouro enaltecem
as tuas formas,
a tua alquimia de pecado e volúpia,
há sempre,
no teu sorriso breve,
uma brisa que regressa do mar,
trazendo o lamento dos náufrafos,
a sua sede irremediável.
Nestas horas de assassinada alegria
ergues os braços e uma súplica,
mas ninguém te ouve, ninguém te vê,
encerrada numa túnica de cores puras.

José Agostinho Baptista
ANJOS CAÍDOS
Assírio & Alvim, 2003

http://www.jabaptista.com/